“O
sofrimento, nos animais, é um trabalho de evolução para o princípio de vida que
existe neles; adquirem por esse modo os primeiros rudimentos de consciência.”
– Leon Denis
190 - esse número também salva vidas!
Essa é uma matéria
assinada por Vanessa Isabel Leal Salvador Bizinotto, estudante de Medicina Veterinária
da UNIUBE e assessora de marketing do GEAS-UNIUBE. Ela também coordena o
Projeto Mini-Vet. Vanessa empresta seu nome à coluna para falar desse
importante tema que envolve animais silvestres.
“Motorista
encontra cobra no capô da caminhonete”; “Polícia é chamada para tirar tamanduá
de estação de ônibus”; “Dona de casa abre a porta e encontra filhote de
suçuarana na garagem de casa”; “Garoto soltando pipa com linha de cerol corta
asa de Periquito-maracanã”. Notícias como estas estão se tornando cada vez mais
comuns. O crescimento das cidades está tomando a casa dos animais, e, à procura
de comida e abrigo, eles estão vindo morar em nossas casas. O que você faria se
fizesse parte dessas notícias?
A resposta deveria ser de conhecimento
geral: não faça nada com o animal e contate profissionais para resgatá-lo.
Em qualquer uma das notícias, o certo a
se fazer seria contatar a polícia ambiental (190) ou os bombeiros (193), que
são profissionais extremamente capacitados para agirem em qualquer uma dessas
situações. Eles possuem treinamentos para evitar ataques, capturar o animal sem
machucá-lo, destiná-lo para exames veterinários rápidos para confirmar se não
há algum ferimento, e levá-lo para soltura em um local seguro e afastado da
cidade.
Ao se deparar com qualquer animal
desconhecido, várias pessoas tentam espantá-los, e até mesmo matá-los. Gambás
órfãos estão chegando ao Hospital Veterinário de Uberaba porque suas mães foram
mortas à vassouradas e pontapés; urubus precisam de atendimento médico após
serem agredidos por pessoas enquanto se alimentavam; filhotes de coruja
necessitam de curativos em suas patas após caírem de ninho e serem atacadas por
um cachorro que estava passeando com seu dono. Isso é rotina para um Médico
Veterinário de animais silvestres.
Não é culpa desses animais estarem vindo
para cidade, e muito menos uma escolha. Com toda certeza, todos esses bichinhos
se sentem mais seguros longe do território urbano, mas com os desmatamentos
para construção de novos prédios, rodovias, plantações e outras estruturas para
humanos, eles ficam sem um lugar para morar. E para onde mais iriam?
Por mais difícil que seja manter a calma
ao se deparar com um animal silvestre, ou, em alguns casos, se conter para não
adotá-lo (fato bem comum entre pessoas que resgatam maritacas e papagaios), o
certo é comunicar autoridades para que eles voltem à natureza.
Filhotes órfãos raramente sobrevivem,
machucados graves quase nunca são cicatrizados e os animais silvestres adotados
normalmente não recebem alimentação e ambiente adequados para viverem. Além disso, todos eles têm um papel
importante na natureza.
Trabalhe pela preservação da natureza
para que os animais silvestres possam viver em seu ambiente natural. Tenha
certeza de que será sempre melhor para eles que você os veja ao fazer trilhas
ou ao acampar, do que na casa de alguém, no zoológico ou
empalhado em um museu como um animal extinto.”
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