quinta-feira, 24 de março de 2016

Ansiedade canina, por Matheus Borges Zago

Ansiedade Canina

Alunos do professor e médico veterinário Cláudio Yudi, do curso de Medicina Veterinária, estão colaborando com o blog enviando matérias sobre saúde e comportamento animal. A matéria “Ansiedade Canina” vem assinada por Matheus Borges Zago, que é comportamentalista animal há cinco anos e atualmente também é graduando em Medicina Veterinária.


A população de animais no mundo cresce a cada dia, visto que, numa análise feita pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013),foi constatada uma estimativa de 1,8 cães por domicílio, o que nos leva a questionar: qual a qualidade de vida que esses animais apresentam?


A sociedade tem um estilo de vida caótico, e isso afeta completamente no modo como os nossos animais vivem e interagem em nosso convívio. A falta de tempo para interação e de enriquecimento ambiental são as chaves para as neuroses mais conhecidas no mundo. Entre elas, a ansiedade de separação é o centro das atenções no mundo animal.

Nesse desvio comportamental, o animal apresenta uma grande dificuldade de ficar sozinho em qualquer local, especialmente no lar, por um grande ou curto período de tempo, gerando algumas respostas indesejadas a esse ambiente,como latidos em excesso, automutilações e destruição parcial de alguns ambientes,de modo que auxilio animal a extravasar esse sentimento de medo gerado pela falta de confiança no ambiente quando o tutor não está presente.

O tutor tem papel fundamental para a criação dessa ansiedade, que, além dos excessos de mimos e utilização dos sistemas de recompensa na hora indevida, deixam a desejar no enriquecimento ambiental, levando o cão a crer que o ambiente é um lugar detestável, e, em muitas das vezes, assustador sem a presença dos seres humanos.
Outro agravante que geralmente é feito e leva o animal a ter uma ideia negativa do ambiente é que, sempre que os donos chegam ao local, os animais são recebidos com muita festa e carinho e na saída se despedem de forma triste e preocupada, ou seja, a chegada é muito boa e a saída é desagradável, o que passa a ideia para o cão de que realmente algo de ruim possa acontecer.

Sendo assim, a escolha da raça é muito importante para definir o grau de atividade que o animal apresenta, para assim se adaptar as necessidades do cachorro. Aos donos de cães que já apresentam esse comportamento, é recomendado que se faça um investimento em enriquecimento ambiental (principalmente em brinquedos que o cão consiga brincar sozinho), e caso não consiga melhoras,é necessário o auxílio de um especialista em comportamento animal para que o animal tenha a qualidade combatível ao carinho que tem pelo dono.




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