segunda-feira, 2 de maio de 2016

Dog walkers- profissão que ganha espaço.

Dog Walkers- uma profissão que cresce!

                  
Moradora de Nova York, Lúcia Guimarães publicou no caderno de cultura do Jornal O Estado de São Paulo, há algum tempo, um relato excelente sobre uma profissão comum nos Estados Unidos e que já ganha adeptos também no Brasil: os dog walkers. Ou seja, as pessoas que passeiam com cães porque seus donos não têm tempo para isto. Das mais dignas essa profissão. Afinal, um conforto emocional para os donos que gostam dos bichos mas não têm como dedicar mais tempo a eles.



“Na calçada, o grupo diverso espera sentado. Eles têm idades, tamanhos e temperamentos diferentes, mas aprenderam a ficar em repouso por alguns minutos. Com sua força física somada, uma reação súbita os levaria a derrubar o frágil poste de metal que sustenta o toldo da entrada do meu edifício. A cena se repete em qualquer quarteirão da cidade.

Os dog walkers, pessoas que passeiam com os cachorros dos ocupados nova-iorquinos, amarram os bichos na porta de prédios enquanto vão recolher mais um para a caminhada matinal. Observando o tamanho dos grupos é fácil acreditar por que a profissão informal, frequentemente exercida por estrangeiros sem documentos, permite uma renda mensal superior, às vezes, à do cliente que contrata o serviço.

Pelo menos 83 milhões de cachorros vivem nos Estados Unidos e, desde os anos 70, eles se multiplicaram mais rápido do que a população humana. A explosão da indústria americana de animais de estimação, com receita estimada este ano em US$ 60 bilhões haveria, é claro, de ser importada no surto de emergência consumista brasileiro, onde não basta imitar estilos de vida, é preciso desfrutá-los em inglês.

 Nos Estados Unidos, mais de 60% das pessoas que moram sozinhas têm animais domésticos. Além de ótimo companheiro, os médicos confirmam que a presença de um cachorro faz bem à saúde do dono: contribui para baixar a pressão, combater a melancolia e força idosos a fazer mais caminhadas. Há grupos de voluntários que levam cachorros para alegrar crianças hospitalizadas.

Se você notar alguém num restaurante nova-iorquino acompanhado de um cachorro usando um colete como um uniforme, pode concluir que a exceção à proibição habitual de entrada de qualquer bicho se deve ao fato de se tratar de mais do que um animal de estimação: ele é um acompanhante terapêutico, assim designado porque um médico comprovou que um paciente sofredor de, digamos, síndrome de pânico, se beneficia da companhia constante de um cachorro.

Os Estados Unidos conseguiram diminuir drasticamente a eutanásia de cachorros com campanhas pela adoção nos abrigos. O casal Obama foi bastante criticado em 2009 quando adquiriu sua primeira cadela da raça cão d'água português de um canil e não deu o exemplo da adoção.

A medicina estende a vida, nem sempre com qualidade de vida. Ouvi de um veterinário nova-iorquino um desabafo que soava meio culpado: "Graças a cirurgias e remédios, os cachorros doentes estão vivendo mais e seus donos não aguentam tomar conta deles nos anos de velhice prolongada". Está aí uma indústria cujo crescimento, sem educação do consumidor, a longo prazo, incentiva a crueldade.



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